Esta Páscoa chega com os líderes do Exército de Salvação de todo o mundo a serem chamados para elegerem um novo General. O privilégio de desempenhar o papel de líderes internacionais está agora a chegar ao fim para a Comissária Rosalie e para mim, e procuramos completar o que nos propusemos fazer. Em breve, teremos de dizer: "Está acabado".

Por isso, quando reflito sobre a Páscoa, sinto-me atraído pelas palavras de Jesus na cruz: "Está acabado". Mas quão mais profundas são aquelas palavras nos lábios de Jesus, como gravadas em João 19:30. A sua vida terrena e o seu ministério – o maior de todas as vidas humanas e o mais abrangente de todos os ministérios – foi completo.

Está acabado.

Mas as palavras "Está acabado" assumem um significado ainda mais profundo quando consideramos que Jesus as falou na sua própria língua de aramaico, pelo que a palavra que usou indica submissão completa – completada antes de morrer. Em Cristo, Deus-que-não-podia-morrer voluntariamente e completamente submetido a tornar-se humano. Ao fazê-lo, experimentou a dor, o sofrimento e a própria morte. Paulo ecoa isto em Filipenses 2:5-8 (NRSV) quando escreve: “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz." Jesus veste-se com a nossa humanidade. Ele compreende-nos. Experimentou a extremidade de uma execução pública com toda a sua humilhação. A sua identificação connosco na experiência humana – incluindo a dor, o sofrimento e a morte – mantém-se concluída.

Está acabado.

Quando João escreveu mais tarde o seu Evangelho em grego, gravou "Está acabado" como as últimas palavras de Jesus, usando uma palavra do mundo das finanças que significa "pago na totalidade". Assim, o evangelista lembra-nos que, na submissão completa de Jesus, pagou a dívida do pecado por toda a humanidade. Na cruz, a nossa conta foi paga na totalidade. Paulo liga 'pago na totalidade' com não contar mais os nossos pecados e a importante ênfase da reconciliação através da cruz. Ele descreve isto em 2 Coríntios 5:19 (NIV): "Deus em Cristo estava reconciliando consigo o mundo, não levando em conta os pecados dos homens…" O pecado já não é a questão – a única coisa importante é como responderemos a um Salvador que pagou a conta na totalidade.

Está acabado.

No início do ano, afirmei o "de uma vez por todas a Deus". Em Romanos 6:10 lemos: "Porque morrendo, ele morreu para o pecado uma vez por todas; mas vivendo, vive para Deus." A provisão de Deus para connosco iniciou com um novo pacto, começando com a cruz. De uma vez por todas. Pago na totalidade. Hebreus 9:28 lembra-nos que Cristo foi sacrificado uma vez para tirar os pecados de muitos, incluindo nós, enquanto João 1:29 proclama: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (ESV). Esse é o meu pecado, e o seu pecado.

Está acabado.

Na verdade, que Cristo morreu de uma vez por todas, há também a verdade de que ele vive, e porque ele vive, nós também podemos viver. Esta é a essência da mensagem da Páscoa. Não importa o que aconteça, a verdade da ação de Deus em nosso nome permanece sólida. Não importa o que aconteça, estamos seguros nas mãos dele e plenamente conscientes da sua provisão. Não importa o que aconteça, podemos viver como "mais do que conquistadores" e "conquistadores no meio de todas as coisas", porque a sua graça é suficiente e ele é fiel. Romanos 5:8 diz: " Mas Deus prova o seu amor para connosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores." Está feito! De uma vez por todas... e isso muda tudo.

Está acabado.

A Comissária Rosalie junta-se a mim para vos enviar calorosas saudações de Páscoa.

Brian Peddle
General

Mensagem do General para a Páscoa 2023 em vídeo (em inglês)